Na verdade, ainda nos consideramos privilegiados por tudo que temos. Quando pensamos na África, mais especificamente, em Moçambique, pela primeira vez, pensamos em algo muito mais primitivo, contudo em muito nos surpreendemos.
O básico: luz, água e telefone. Temos, mas as vezes... A luz, como já referi em outro artigo, de vez em quando desaparece. Normalmente na hora que você mais precisa dela. A água vem do poço artesiano do hospital. É de boa qualidade. Depende de bomba elétrica. Até ano passado, não tínhamos uma caixa d’água, assim ficávamos freqüentemente sem água também. Uma coisa curiosa é o chuveiro elétrico. Há 2 anos foi abolido em nossa casa, devido a um defeito na tubulação. Agora, tomamos banho de caneco. E digo que é bom. E a economia da água é absurda, não é Juju e Felipe? (faça o teste em casa). Telefone aqui é celular. A etapa do fixo foi transpassada pela nova tecnologia. Assim em qualquer lugar que você vá e qualquer pessoa, já tem um aparelhinho. Pena que a rede não é confiável. As vezes, some o sinal, fica um, dois, mais dias sem sinal.
O moderno: televisão, internet. Essas novas tecnologias também estão disponíveis. Em Moçambique temos 3 canais abertos de televisão. Uma do governo, outra duas privadas, sendo uma delas, a mais nova, uma filial da rede Record. Os programas mais famosos por aqui são as novelas brasileiras. Normalmente chegam com algum atraso. A Record passa suas mesmas novelas. As outras duas passam mais novelas da Globo. Existe também a TV a cabo (em Maputo) ou a satélite (todo o país). A TV em satélite é muito bem servida, inclusive com canais brasileiros com Record, Globo, PFC, Record News e outros. A internet também está presente. Infelizmente está longe de ser tão confiável ou barata. A verdade é que paga-se caro para um plano de banda larga, mas o serviço funciona quando quer. Não adianta reclamar. Não há abatimento na conta (mesmo quando ficamos 15 e até 30 dias com o serviço indisponível!). Existe aquela internet de flash drive que vem pelo celular. Mas da mesma forma é muito cara e não confiável.
O comércio aqui ainda é bem rudimentar. Como existe uma grande dependência dos produtos externos, a disponibilidade dos produtos é oscilante, bem como o preço. Não consigo explicar a maneira de compra. Existem os indianos (a maioria – roupas, alimentos industrializados), os portugueses (material de construção) e os sulafricanos (supermercado geral) Os moçambicanos estão mais restritos ao comércio informal (dubanengues), nas feiras populares e na revenda de produtos “doados”.
Os meios de transporte comerciais são o avião e os ônibus (machimbombos). O avião ainda para poucos tem rotas da capital da província (Inhambane) para Maputo e Joanesburgo. Para outros lugares, pode-se pegar esses ônibus, que são muito velhos e viajam superlotados (de pessoas e de outras coisas). Para deslocamentos mais pertos, existem os “chapas” ou vans, que estão espalhadas por toda a África e são de longe o tipo de transporte mais difundido, mas totalmente informal, e claro, inseguro e lotado.
Um detalhe: por aqui dirigi-se do lado do esquerdo (volante à direita), algo difícil de se acostumar, que prega alguns sustos no início, por exemplo, quando você vai atravessar a rua e olha para o lado errado.
Hehe... foram muitos dias de banho de caneca! Realmente a economia é absurda mas desde que cheguei tenho usado o chuveiro mesmo... é muito tentador!!rs. E eu nunca valorizei tanto minha luz, meu telefone e minha internet desde que voltei!hehe. Agente só vê que faz falta quando fica sem!!
ResponderExcluirAbração!! DTA